"3. Quando o Um se converte em Dois, aparece o Triplo, e os Três são Um; é o nosso Fio, ó Lanu! o Coração do Homem-Planta, chamado Saptaparma.
Quando o Um se converte em Dois, o Triplo aparece; isto é, quando o Um Eterno deixa cair o seu reflexo na região da Manifestação, este reflexo, o Raio, diferencia a Água do Espaço; ou, usando as palavras do Livro dos Mortos: 'O Caos cessa ao influxo do Raio Fulgente de Luz Primordial, que dissipa toda a escuridão com o auxílio do grande poder mágico do Verbo do Sol (Central).' O Caos torna-se andrógino; a Água é incubada pela Luz, e o Ser Trino dela exsurge como o Primogénito."
Helena Blavatsky, Idem
Mostrar mensagens com a etiqueta Deus. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Deus. Mostrar todas as mensagens
16.4.10
13.12.09
Leão de Fogo
"Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de David, venceu para abrir o livro e os seus sete selos."
Apocalipse 5:4-6
Apocalipse 5:4-6
23.5.09
15.5.09
Leda e o Cisne
«Quando, na sua aflição, entrou no cisne,
o deus quase tremeu por o achar tão belo;
Todo confuso desaparece dentro da ave.
Mas já a sua astúcia o leva à acção
antes mesmo de ter experimentado
o sentir do não-provado ser.
E a bela aberta reconheceu no cisne
o que vinha e sabia o que pedia
e que ela, confusa em sua resistência,
já não podia ocultar. Ele abaixou-se,
e, pelo pescoço, através da mão que esmorecia,
entrou o deus dentro da amada.
Só então é que ele, feliz, sentiu a plumagem
e se fez cisne real no seu regaço.»
Rilke, Novos Poemas
o deus quase tremeu por o achar tão belo;
Todo confuso desaparece dentro da ave.
Mas já a sua astúcia o leva à acção
antes mesmo de ter experimentado
o sentir do não-provado ser.
E a bela aberta reconheceu no cisne
o que vinha e sabia o que pedia
e que ela, confusa em sua resistência,
já não podia ocultar. Ele abaixou-se,
e, pelo pescoço, através da mão que esmorecia,
entrou o deus dentro da amada.
Só então é que ele, feliz, sentiu a plumagem
e se fez cisne real no seu regaço.»
Rilke, Novos Poemas
14.5.09
Coração, o Trono da Palavra
«Tenho tal medo da palavra dos homens.
Eles exprimem tudo com tanta clareza:
e isto chama-se cão e aquilo casa,
e aqui é o começo e acolá é o fim.
E também me amedronta o seu sentido e o seu jogo com o escárnio,
eles sabem tudo o que vai ser e já foi;
não há monte que lhes seja maravilha;
o quintal e a quinta deles vão às fronteiras de Deus.
Hei-de advertir e opor-me: Ficai de largo!
Gosto tanto de ouvir cantar as coisas.
Mal lhes tocais, ficam hirtas e mudas.
Matais-me todas as coisas.»
Rainer Maria Rilke, Alba Poética
«O que estava sentado no trono afirmou: Eu renovo todas as coisas.»
Ap 21:5
Eles exprimem tudo com tanta clareza:
e isto chama-se cão e aquilo casa,
e aqui é o começo e acolá é o fim.
E também me amedronta o seu sentido e o seu jogo com o escárnio,
eles sabem tudo o que vai ser e já foi;
não há monte que lhes seja maravilha;
o quintal e a quinta deles vão às fronteiras de Deus.
Hei-de advertir e opor-me: Ficai de largo!
Gosto tanto de ouvir cantar as coisas.
Mal lhes tocais, ficam hirtas e mudas.
Matais-me todas as coisas.»
Rainer Maria Rilke, Alba Poética
«O que estava sentado no trono afirmou: Eu renovo todas as coisas.»
Ap 21:5
13.5.09
O Grito (do) Criador
«As criaturas da esperança recebem a palavra do apóstolo, a palavra nova, que é o seu próprio silêncio feito voz. Ouvindo-a, alegram-se, como num súbito ambiente luminoso. Ávidas de arder, incendeiam-se de alegria. Elas e o apóstolo encontraram-se no mesmo caminho do Futuro. Algumas, tentam deter-lhes a marcha, ou ficam, nas margens, paradas ou hesitantes. Mas quem as deterá no seu ímpeto? Quem deterá a fome, a sede...?
Paulo não transmitia às almas a sua doença, porque elas já sofriam, como ele; mas sofriam sem remédio. Escravas, ignoravam a liberdade; criminosas, ignoravam o perdão; mortais, ignoravam a imortalidade. E eis que aparece um criminoso, que viu o perdão em Jesus Cristo; um escravo, que viu a liberdade em Jesus Cristo; um mortal, que viu a imortalidade em Jesus Cristo. É S. Paulo.
Todos queremos emendar a nossa vida; mais: emendar a Vida. A que aspira o criminoso? A ser inocente. E quem sofre? A gozar. E quem morre? A ressuscitar. Será possível? A razão diz que não. Mas Paulo diz que sim, gritando. Este sim é ele mesmo, volatilizado num grito, que abala e renova todas as coisas. Podemos duvidar duma palavra, dum grito ninguém duvida; vem de mais fundo que a palavra e sobe mais alto do que ela. O verbo do apóstolo tem a intensidade dos gritos. É o verbo divino da loucura, que todo o acto criador é de loucura, desde o Genesis. Ofende a ordem estabelecida, a harmonia consagrada, os ditâmes da razão humana. A atitude divina é anti-racional [supra].
Paulo afirma de tal modo a sua ideia religiosa, que lhe dá perfeita realidade. É um condensador de nubelosas, um acendedor de estrelas. Para ele, evocar é materializar. Evoca Jesus e converte-o num ser presente. A dor pertence ao corpo, embora seja a alma a padecê-la. A dor é deste mundo; e o seu poder plástico infinito concebe anjos e deuses, que penetram nos domínios da existência.
Paulo afirma Jesus e todos o acreditam, porque o vêem, na sua afirmação, como ele o vê. Paulo viu Jesus e ouviu-o! Como descrer ou duvidar? A descrença é cegueira e a dúvida é falta de vista. Duvidar é pensar em linha quebrada; mas crer é pensar em linha recta. A crença é a mais curta distância entre a Verdade e o nosso pensamento, ou é, talvez, a ausência de distância entre a Verdade e o Pensamento.
Nem os seus olhos nem os seus ouvidos se enganaram. Não é Paulo o espírito da luz e o do som, o instinto fatal que não se ilude? Esse instinto de anjo ou bruto, que divinizou a ibis e o touro negro, no Egipto, e outros bichos ainda, que nos bichos, e até nas árvores, há um valor secreto e mitológico. Moisés e Alexandre usaram chifres, na cabeça. Tocaram-se de mistério e divindade, como Virgílio, cingindo a coroa de louros, e os padres celtas envolvendo-se na sombra litúrgica dos bosques.»
Teixeira de Pascoaes, São Paulo
«Já viram Deus as minhas sensações...»
Fernando Pessoa, Passos da Cruz
Paulo não transmitia às almas a sua doença, porque elas já sofriam, como ele; mas sofriam sem remédio. Escravas, ignoravam a liberdade; criminosas, ignoravam o perdão; mortais, ignoravam a imortalidade. E eis que aparece um criminoso, que viu o perdão em Jesus Cristo; um escravo, que viu a liberdade em Jesus Cristo; um mortal, que viu a imortalidade em Jesus Cristo. É S. Paulo.
Todos queremos emendar a nossa vida; mais: emendar a Vida. A que aspira o criminoso? A ser inocente. E quem sofre? A gozar. E quem morre? A ressuscitar. Será possível? A razão diz que não. Mas Paulo diz que sim, gritando. Este sim é ele mesmo, volatilizado num grito, que abala e renova todas as coisas. Podemos duvidar duma palavra, dum grito ninguém duvida; vem de mais fundo que a palavra e sobe mais alto do que ela. O verbo do apóstolo tem a intensidade dos gritos. É o verbo divino da loucura, que todo o acto criador é de loucura, desde o Genesis. Ofende a ordem estabelecida, a harmonia consagrada, os ditâmes da razão humana. A atitude divina é anti-racional [supra].
Paulo afirma de tal modo a sua ideia religiosa, que lhe dá perfeita realidade. É um condensador de nubelosas, um acendedor de estrelas. Para ele, evocar é materializar. Evoca Jesus e converte-o num ser presente. A dor pertence ao corpo, embora seja a alma a padecê-la. A dor é deste mundo; e o seu poder plástico infinito concebe anjos e deuses, que penetram nos domínios da existência.
Paulo afirma Jesus e todos o acreditam, porque o vêem, na sua afirmação, como ele o vê. Paulo viu Jesus e ouviu-o! Como descrer ou duvidar? A descrença é cegueira e a dúvida é falta de vista. Duvidar é pensar em linha quebrada; mas crer é pensar em linha recta. A crença é a mais curta distância entre a Verdade e o nosso pensamento, ou é, talvez, a ausência de distância entre a Verdade e o Pensamento.
Nem os seus olhos nem os seus ouvidos se enganaram. Não é Paulo o espírito da luz e o do som, o instinto fatal que não se ilude? Esse instinto de anjo ou bruto, que divinizou a ibis e o touro negro, no Egipto, e outros bichos ainda, que nos bichos, e até nas árvores, há um valor secreto e mitológico. Moisés e Alexandre usaram chifres, na cabeça. Tocaram-se de mistério e divindade, como Virgílio, cingindo a coroa de louros, e os padres celtas envolvendo-se na sombra litúrgica dos bosques.»
Teixeira de Pascoaes, São Paulo
«Já viram Deus as minhas sensações...»
Fernando Pessoa, Passos da Cruz
Etiquetas:
Amor-Saber,
Deus,
Fernando Pessoa,
Missão Portuguesa,
Teixeira de Pascoaes,
Ver,
Vida
12.5.09
Os amantes

Ser apenas o que vê, não ser quem vê.
Mas para não ser quem vê... não se vê...
ficando o ouvir,
o invisível amor em estado puro - Original.
«Amar Jesus é ser com ele na morte passageira e na vida eterna. Não se trata de sobrevivência, em nós, de qualquer entidade invisível e abstrata, mas do próprio corpo [do coração: do Amor] ressurgido.»
Teixeira de Pascoaes, São Paulo
Etiquetas:
Amor,
Amor-Saber,
Deus,
Mãe-Terra,
Missão Portuguesa,
Morte,
Poesia Portuguesa,
Rei,
Teixeira de Pascoaes,
Vida
23.4.09
Parábola da Ovelha
«Inútil, inútil, inútil,
qualquer palavra.
Aparece-lhe apenas.
Olha para ela, simplesmente,
com essa serenidade
que só Tu e os santos sabeis ter.
Ela compreenderá.
Ela Te seguirá por todos os abismos,
por todos os infernos,
pelos caminhos todos,
e por todas as dores necessárias
para chegar ao Reino da Verdade.
Nem palavras, nem mesmo mensageiros.
Tu somente, Senhor!, Tu lhe aparece
Com Teu silêncio grávido da Tua
Revelação.
Ela compreenderá.
E não dirá também uma palavra:
nem de perdão,
nem de arrependimento, nem de graças.
Guardá-la-á, Tua Revelação, no peito
e cerrará os lábios.
Mas seguirá por todos os caminhos,
por todas as alegrias...
Desamparada, espera.
Não sabe o quê, mas espera.
(Tu não prometes nunca...)
Mas virás.
E hás-de vir sem palavras.
Com Teus olhos serenos, simplesmente, com Teus modos serenos.
E ela compreenderá, irá ter conTigo.
Serena, sem palavras.
Nem há-de reparar
que Te não vira nunca.
Irá serena, sem palavras,
como se tudo aquilo
(sua tão longa espera,
Tua chegada repentina,
vosso encontro sereno),
como se tudo fora combinado.»
Sebastião da Gama, Idem
Esta música dá-me cabo do juízo... esta limpidez de Ser!
qualquer palavra.
Aparece-lhe apenas.
Olha para ela, simplesmente,
com essa serenidade
que só Tu e os santos sabeis ter.
Ela compreenderá.
Ela Te seguirá por todos os abismos,
por todos os infernos,
pelos caminhos todos,
e por todas as dores necessárias
para chegar ao Reino da Verdade.
Nem palavras, nem mesmo mensageiros.
Tu somente, Senhor!, Tu lhe aparece
Com Teu silêncio grávido da Tua
Revelação.
Ela compreenderá.
E não dirá também uma palavra:
nem de perdão,
nem de arrependimento, nem de graças.
Guardá-la-á, Tua Revelação, no peito
e cerrará os lábios.
Mas seguirá por todos os caminhos,
por todas as alegrias...
Desamparada, espera.
Não sabe o quê, mas espera.
(Tu não prometes nunca...)
Mas virás.
E hás-de vir sem palavras.
Com Teus olhos serenos, simplesmente, com Teus modos serenos.
E ela compreenderá, irá ter conTigo.
Serena, sem palavras.
Nem há-de reparar
que Te não vira nunca.
Irá serena, sem palavras,
como se tudo aquilo
(sua tão longa espera,
Tua chegada repentina,
vosso encontro sereno),
como se tudo fora combinado.»
Sebastião da Gama, Idem
Esta música dá-me cabo do juízo... esta limpidez de Ser!
Etiquetas:
2012,
Amor,
Amor-Saber,
Deus,
Música Brasileira,
Poesia Portuguesa,
Sebastião da Gama,
Sol
19.4.09
Fruto d'Ouro
Vinho é água de fogo.
«O pão é fruto da terra, (...) pela luz abençoado.
Olha! somos nós, nós; fruto das Hespérides é!»
Holderlin, Poemas
«O pão é fruto da terra, (...) pela luz abençoado.
Olha! somos nós, nós; fruto das Hespérides é!»
Holderlin, Poemas
18.4.09
Seta de Fogo
«Toda me entreguei, sem fim,
e de tal sorte hei trocado,
que é meu Amado para mim,
e eu sou para meu Amado.
Quando o doce Caçador
me atirou, fiquei rendida,
entre os braços do amor
ficou minha alma caída.
E ganhando nova vida,
de tal maneira hei trocado,
que é meu Amado para mim,
e eu sou para meu Amado.
Atirou-me com uma seta
envenenada de amor,
e minha alma ficou feita
una com seu Criador.
Eu já não quero outro amor,
que a meu Deus me hei entregado,
meu Amado é para mim,
e eu sou para meu Amado.»
Santa Teresa de Ávila, Seta de Fogo
e de tal sorte hei trocado,
que é meu Amado para mim,
e eu sou para meu Amado.
Quando o doce Caçador
me atirou, fiquei rendida,
entre os braços do amor
ficou minha alma caída.
E ganhando nova vida,
de tal maneira hei trocado,
que é meu Amado para mim,
e eu sou para meu Amado.
Atirou-me com uma seta
envenenada de amor,
e minha alma ficou feita
una com seu Criador.
Eu já não quero outro amor,
que a meu Deus me hei entregado,
meu Amado é para mim,
e eu sou para meu Amado.»
Santa Teresa de Ávila, Seta de Fogo
17.4.09
Ao Deus do Sol
«Onde estás? ébria a alma me escurece
De toda a delícia tua, pois inda agora
Eu vi como, cansado da sua
Viagem, o maravilhoso moço divino
Foi banhar seus jovens cabelos nas nuvens de ouro;
E inda agora os olhos me vão sozinhos pra ele;
Mas ele está longe - pra gente piedosa,
Que ainda o adora, partiu.
Eu te amo, Terra! pois choras comigo!
E o nosso luto, como dor de menino, faz-se
Sono, e assim como os ventos
Adejam e sussurram na harpa
Até que os dedos do mestre lhe arranquem o belo
Som, assim brincam connosco névoas e sonhos
Até que o Amado volte, e Vida
E Espírito se inflamem em nós.»
Holderlin, Poemas
De toda a delícia tua, pois inda agora
Eu vi como, cansado da sua
Viagem, o maravilhoso moço divino
Foi banhar seus jovens cabelos nas nuvens de ouro;
E inda agora os olhos me vão sozinhos pra ele;
Mas ele está longe - pra gente piedosa,
Que ainda o adora, partiu.
Eu te amo, Terra! pois choras comigo!
E o nosso luto, como dor de menino, faz-se
Sono, e assim como os ventos
Adejam e sussurram na harpa
Até que os dedos do mestre lhe arranquem o belo
Som, assim brincam connosco névoas e sonhos
Até que o Amado volte, e Vida
E Espírito se inflamem em nós.»
Holderlin, Poemas
14.4.09
Uma Mulher Vestida de Sol
«Depois apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida de Sol, com a Lua debaixo dos pés, e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Estava grávida e gritava com as dores de parto e o tormento de dar à luz.»
Apocalipse de S. João
Apocalipse de S. João
13.4.09
A Porta do Amor Imortal
«(...) nosso senhor Jesu Christo não só he caminho mas também porta. [Frei Sebastião Toscano - 13/06/1580]
(...) o amor não se poderá separar do conhecimento, como forças entre si unidas e que através da contemplação, levarão a essa usufruição última e desejada de Deus: a força do conhecimento sempre aumentando a força do amor, e reciprocamente. (...) como ordem de amor e pelo amor. E nessa união derradeira, que é sono espiritual da alma, se realizará a perfeição desse amor.»
Dalila Pereira da Costa, Místicos Portugueses do Século XVI (1986)
(...) o amor não se poderá separar do conhecimento, como forças entre si unidas e que através da contemplação, levarão a essa usufruição última e desejada de Deus: a força do conhecimento sempre aumentando a força do amor, e reciprocamente. (...) como ordem de amor e pelo amor. E nessa união derradeira, que é sono espiritual da alma, se realizará a perfeição desse amor.»
Dalila Pereira da Costa, Místicos Portugueses do Século XVI (1986)
Etiquetas:
Amor,
Dalila Pereira da Costa,
Deus,
Missão Portuguesa,
Poesia Portuguesa,
Saber
Subscrever:
Mensagens (Atom)