19.4.09

Os Carvalhos

«Dos jardins venho eu ter convosco, ó filhos do monte!
Dos jardins onde, paciente e doméstica, a Natureza vive,
Cuidadosa e juntamente cuidada c'o homem diligente.
Mas vós, Magníficos!, erguei-vos como um povo de Titãs
No mundo mais manso e a vós sós pertenceis e ao céu,
Que vos sustentou e criou, e à terra, que de si vos pariu.
Nenhum de vós foi ainda aprender à escola dos homens,
E alegres e livres irrompeis, da forte raiz,
Uns entre os outros e agarrais, como a águia a presa,
Com braço potente o espaço, e contra as nuvens
Se vos ergue serena e grande a copa soalheira.
Cada um de vós é um mundo, como estrelas do céu
Vós viveis, um deus cada qual, juntos em livre união.
Pudesse eu tolerar a servidão, e já não invejava
Este bosque e bem me amoldava à vida em comum.
Não me prendesse já à vida em comum o coração,
Que não deixa de amar, como eu gostaria de morar entre vós!»
Holderlin, Poemas

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