«Ai!,
o berço da tua voz,
e esse jeito de mão que tens nas ondas,
Mar!
Quando eu cair exausto
sobre as conchas da praia e fique ali
doente e sem ninguém,
hás-de ser tu quem me trate,
quero que sejas tu a minha Mãe.
Há-de embalar-me a tua voz de berço,
pra que a febre me deixe sossegar;
e hás-de passar, ó Mar!,
pelo meu corpo em chaga,
as tuas mãos piedosas comovidas (...).
Como se fosses tu a minha Mãe...
Como se fosses tu a minha Noiva...
E hás-de contar-me histórias velhas
de Marinheiros...
Histórias de Sereias e de Luas
que se perderam por ti..
E se a Morte vier há-de quedar
toda encantada, a ouvir-te,
e, sem ânimo já de me levar,
sorrindo, voltará por seu caminho (...).»
Sebastião da Gama, Serra Mãe
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