«Amanhece.
O poeta de penas já cantou.
Já nos seus altos versos adormece
O fantasma da noite que passou.
Como um halo de sonho acontecido,
A luz das coisas vai nascendo em nós;
Desenha-se na sombra o pressentido,
E a vida já tem gestos e tem voz.
Já novamente o sol doira a frescura
Da relva verde e do lençol de linho.
Outra vez há ternura
De gente a ver-se e de se ver caminho.»
Miguel Torga, Diário II
Arco-Íris do Homem Novo
Há 13 anos
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