14.5.09

Pórtico

«Quem quer que sejas: Quando a noite vem,
sai do teu quarto onde tudo conheces;
a tua casa é a última ante o longe:
Quem quer que sejas.
Com teus olhos, que, de cansados, mal
conseguem libertar-se do teu limiar gasto,
levantas devagar uma árvore negra
e põe-la ante o céu: esguia, só.
E fizeste o mundo. E ele é grande
e como palavra ainda a amadurar no silêncio.
E quando o teu querer abrange o seu sentido,
teus olhos o abandonam, ternamente...»
Rilke, O Livro das Imagens

Sem comentários: